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Como a vacinação infantil impacta na saúde nacional

A vacinação infantil é um processo organizado por meio de calendários específicos que indicam quais imunizantes devem ser aplicados em cada etapa da vida da criança. 

Esses calendários são elaborados com base em estudos que avaliam os períodos mais adequados para que cada vacina ofereça a máxima proteção. 

Desde os primeiros meses de vida até a adolescência, o acompanhamento regular das vacinas é necessário para completar o esquema vacinal corretamente. 

A adesão a essa prática permite que as crianças estejam preparadas para enfrentar doenças que, em outras circunstâncias, poderiam causar complicações graves.

A importância da vacinação

A vacinação desempenha um papel essencial na promoção da saúde infantil e na prevenção de doenças graves. Nos últimos anos, as vacinas foram responsáveis por um aumento significativo na expectativa de vida e por uma queda expressiva nas taxas de mortalidade infantil, que antes superavam 20% em várias regiões do Brasil. 

Ao lado do acesso à água potável, a imunização se destaca como uma das intervenções mais eficazes para salvar vidas, reduzir hospitalizações e evitar sequelas de doenças como pneumonia, meningite, diarréia e hepatite.  

A aplicação correta das vacinas, seguindo o calendário de imunização, é fundamental para garantir que a criança esteja protegida desde cedo, sem precisar entrar em contato com agentes infecciosos. 

Como o sistema imunológico infantil ainda está em desenvolvimento, a vacinação precoce oferece segurança e reduz os riscos de complicações. Além de proteger o indivíduo, a imunização coletiva é crucial para evitar a reemergência de doenças erradicadas, como demonstrado pelo retorno do sarampo ao Brasil em 2019, após uma baixa na cobertura vacinal.  

Vacinar as crianças não é apenas uma medida individual, mas também um compromisso com a saúde pública, ajudando a controlar epidemias e a promover um desenvolvimento saudável para toda a sociedade.

Motivos da queda da vacinação no Brasil

A queda na cobertura vacinal no Brasil é resultado de uma combinação de fatores sociais, econômicos e culturais que vêm se intensificando nos últimos anos. A pandemia de COVID-19, em 2020, agravou ainda mais essa situação ao dificultar o acesso aos serviços de saúde e provocar receios sobre a circulação em ambientes públicos. No entanto, a diminuição da adesão à vacinação já era observada antes, refletindo uma série de desafios estruturais.  

Entre os principais fatores, destaca-se a sobrecarga do calendário vacinal, que pode gerar confusão e dificultar o acompanhamento por parte das famílias. A falta de horários flexíveis nos postos de saúde também é um entrave, especialmente para pais e responsáveis que não conseguem se ausentar do trabalho para levar seus filhos à vacinação. 

Além disso, questões de acessibilidade e a dificuldade de atendimento em regiões remotas, como comunidades ribeirinhas da Amazônia, agravam ainda mais o problema.  

Outro aspecto relevante é a disseminação de informações falsas (fake news) sobre a segurança e eficácia das vacinas. Essas notícias enganosas geram desconfiança na população e prejudicam campanhas de imunização. 

A diversidade socioeconômica do Brasil também deve ser considerada, já que os motivos para a não adesão à vacinação variam significativamente entre regiões urbanas, rurais e periféricas. 

A percepção reduzida de risco em relação às doenças erradicadas ou controladas contribui para a queda nas taxas de imunização. Como as novas gerações não vivenciaram epidemias graves como as de sarampo e poliomielite, a urgência em se vacinar diminuiu. 

Programa Nacional de Imunizações (PNI)]

vacinação

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é uma iniciativa do governo brasileiro criada em 1973 com o objetivo de garantir o acesso universal a vacinas para a população e promover o controle, a eliminação e a erradicação de doenças imunopreveníveis. É considerado um dos programas mais abrangentes e reconhecidos do mundo devido à sua estrutura e impacto na saúde pública.

Objetivos do PNI

  • Controlar e erradicar doenças: O programa visa diminuir a ocorrência de doenças como sarampo, poliomielite e febre amarela.
  • Promover cobertura vacinal universal: As vacinas são disponibilizadas gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), abrangendo todas as faixas etárias.
  • Acesso equitativo: Garantir a vacinação em áreas urbanas, rurais e remotas, atendendo à diversidade do Brasil.

Principais vacinas por idade

Ao nascer

  • BCG: Previne formas graves de tuberculose, como a tuberculose miliar e meníngea.
  • Hepatite B (recombinante): Protege contra a hepatite B.

2 meses

  • Pentavalente: Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções por Haemophilus influenzae B.
  • Poliomielite inativada (VIP): Previne poliomielite.
  • Pneumocócica 10-valente: Protege contra infecções como meningite e pneumonia.
  • Rotavírus (VRH): Previne diarreia por rotavírus.

3 meses

  • Meningocócica C: Previne doenças causadas pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C.

4 meses

  • Repetição das vacinas aplicadas aos 2 meses: Pentavalente, VIP, Pneumocócica 10-valente e Rotavírus.

5 meses

  • Meningocócica C: Segunda dose.

6 meses

  • Pentavalente e VIP: Reforço.
  • COVID-19: Primeira dose, conforme esquema vacinal.

9 meses

  • Febre amarela (atenuada): Protege contra a febre amarela.

12 meses

  • Pneumocócica 10-valente: Reforço.
  • Meningocócica C: Reforço.
  • Tríplice viral: Protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

15 meses

  • DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche): Reforço.
  • Poliomielite (VOPb): Protege contra poliomielite.
  • Hepatite A (inativada): Primeira dose.
  • Tetraviral: Protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

4 anos

  • DTP: Reforço.
  • Febre amarela: Reforço.
  • Poliomielite (VOPb): Reforço.
  • Varicela (monovalente): Protege contra varicela.

9 a 14 anos

  • HPV (Papilomavírus humano): Previne infecções pelos tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, com duas doses.

Vacinação na rede particular 

A vacinação na rede particular complementa o calendário do SUS, oferecendo vacinas com cobertura mais ampla, como a pneumocócica 13-valente, e versões com menos reações adversas, como a DTPa. Além disso, disponibiliza imunizantes extras, como a meningocócica B e a influenza quadrivalente.

A escolha entre vacinas públicas e privadas deve ser feita com orientação do pediatra, considerando o histórico e as necessidades da criança. A rede privada é uma opção para quem busca maior proteção personalizada, contribuindo para a saúde e qualidade de vida das crianças.

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