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Diabetes Tipo 2: conheça as principais características da doença

Você já deve ter ouvido falar em diabetes. É uma doença cada vez mais comum, agora em diversas faixas etárias. Essa enfermidade metabólica também representa um desafio crescente para os sistemas de saúde em todo o mundo. 

Sem dúvida, a diabetes tipo 2 é uma condição complexa que transcende os limites da saúde individual, impactando a sociedade em múltiplos aspectos. Sua prevalência está intrinsecamente ligada a fatores como estilo de vida, dieta, predisposição genética e ambiente. 

Com o aumento alarmante da obesidade e do sedentarismo em muitas partes do mundo, a incidência da diabetes tipo 2 tem aumentado exponencialmente, tornando-se um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI.

O que é a diabetes tipo 2?

A diabetes mellitus tipo 2 é uma condição metabólica crônica caracterizada pela presença de hiperglicemia, ou seja, níveis elevados de glicose no sangue. Esta condição resulta principalmente de um comprometimento progressivo na produção do hormônio insulina pelas células beta do pâncreas, juntamente com uma resistência à ação desse hormônio por parte dos órgãos-alvo do corpo. 

Fatores de risco para diabetes tipo 2

Os fatores de risco da diabetes tipo 2 são diversos e frequentemente interligados, refletindo uma combinação complexa de influências genéticas, comportamentais e ambientais:

  • Obesidade e sobrepeso: o excesso de peso, especialmente quando localizado na região abdominal, está fortemente correlacionado com o desenvolvimento da resistência à insulina, um dos pilares da diabetes tipo 2.
  • Estilo de vida sedentário: a falta de atividade física regular contribui para o ganho de peso e a resistência à insulina, aumentando assim o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
  • Má alimentação: uma dieta rica em calorias vazias, açúcares refinados, gorduras saturadas e pobre em fibras aumenta o risco de obesidade e de problemas relacionados à regulação do açúcar no sangue.
  • Histórico familiar: ter familiares de primeiro grau com diabetes tipo 2 aumenta significativamente o risco de desenvolver a doença, sugerindo uma predisposição genética.
  • Idade avançada: o risco de diabetes tipo 2 aumenta com a idade, especialmente após os 45 anos, devido a mudanças metabólicas associadas ao envelhecimento.
  • Etnia e raça: certas etnias, como afrodescendentes, hispânicos, asiáticos e nativos americanos, têm maior predisposição genética para desenvolver diabetes tipo 2.
  • Hipertensão arterial: a pressão arterial elevada está frequentemente associada à resistência à insulina e ao desenvolvimento de diabetes tipo 2.
  • Níveis elevados de triglicerídeos: níveis aumentados de triglicerídeos no sangue estão associados a um maior risco de resistência à insulina e de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
  • Síndrome metabólica: esta condição é caracterizada pela presença combinada de obesidade abdominal, hipertensão, triglicerídeos elevados, níveis baixos de HDL (colesterol “bom”) e resistência à insulina, aumentando significativamente o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Sinais e sintomas de diabetes tipo 2

O que é a diabetes tipo 2

Os sinais e sintomas do diabetes tipo 2 podem variar em intensidade e frequência de uma pessoa para outra, e algumas pessoas podem até não apresentar nenhum sintoma inicialmente, o que torna o diagnóstico mais desafiador. No entanto, quando os sintomas estão presentes, eles podem incluir:

  1. Acanthosis Nigricans: Manchas escurecidas em áreas de dobras da pele, como pescoço, axilas e virilha, podem ser um sinal de resistência à insulina, frequentemente associada ao diabetes tipo 2.
  2. Polidipsia: Sede excessiva e persistente, levando a um aumento do consumo de líquidos, é um sintoma comum de diabetes tipo 2 devido à excreção aumentada de líquidos pelo corpo.
  3. Polífagia: Aumento do apetite. A falta de insulina ou a resistência à insulina impedem que a glicose entre nas células para ser utilizada como energia, levando à fome constante, mesmo quando a pessoa já comeu.
  4. Alterações Visuais: Visão embaçada ou turva pode ocorrer devido às mudanças nos níveis de glicose no sangue, que podem afetar a função ocular temporariamente.
  5. Poliúria: Aumento da frequência urinária, especialmente à noite, é outro sintoma clássico do diabetes tipo 2, resultado do excesso de glicose no sangue que sobrecarrega os rins.
  6. Parestesias: Sensações de formigamento, dormência ou queimação, especialmente nas mãos e nos pés, podem ocorrer devido ao dano nos nervos causado pela hiperglicemia crônica.
  7. Redução de peso não intencional;
  8. Fadiga (cansaço).

Diagnóstico e Tratamento da diabetes tipo 2

O diagnóstico do diabetes tipo 2 geralmente é realizado por meio de exames laboratoriais que detectam níveis elevados de glicose no sangue, como a glicemia de jejum, a hemoglobina glicada (HbA1c) e o teste oral de tolerância à glicose. 

Além disso, a avaliação dos fatores de risco, como idade, histórico familiar, obesidade e sedentarismo, também desempenha um papel importante no diagnóstico precoce. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento do diabetes tipo 2 visa controlar os níveis de glicose no sangue e prevenir complicações associadas à doença.

Uma das principais abordagens no tratamento do diabetes tipo 2 é a adoção de um estilo de vida saudável, que inclui uma dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em açúcares e gorduras saturadas, além da prática regular de exercícios físicos. Essas medidas ajudam a controlar o peso corporal, melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir os níveis de glicose no sangue.

Além das mudanças no estilo de vida, o tratamento do diabetes tipo 2 também pode envolver o uso de medicamentos orais, como metformina, agonistas do receptor de GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT2).

Em casos mais avançados ou quando os medicamentos orais não são suficientes para controlar a glicose sanguínea, a terapia com insulina pode ser necessária.

Diferença entre diabetes tipo 1 e 2

O diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 representam duas formas distintas de diabetes, cada uma com suas características únicas em termos de etiologia, idade de início, fatores de risco e tratamento. 

O diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruição das células beta do pâncreas, geralmente de forma autoimune, resultando em uma deficiência absoluta de insulina. Este tipo de diabetes é mais comumente diagnosticado na infância e adolescência, embora possa ocorrer em qualquer idade. A predisposição genética desempenha um papel importante, juntamente com fatores ambientais, como infecções virais, que podem desencadear uma resposta autoimune.

Por outro lado, o diabetes tipo 2 é predominantemente associado à resistência à insulina e à deficiência relativa de insulina, onde o corpo não responde adequadamente à insulina produzida e/ou a produção de insulina pelo pâncreas é insuficiente para as necessidades do corpo. Este tipo de diabetes é mais comumente diagnosticado na idade adulta, embora também possa afetar crianças, adolescentes e idosos..

No que diz respeito ao tratamento, o diabetes tipo 1 geralmente requer administração de insulina por injeção ou bomba de insulina, já que o corpo não produz insulina suficiente por conta própria. Por outro lado, o tratamento do diabetes tipo 2 pode envolver uma variedade de abordagens, incluindo medicamentos orais, injeções de insulina em casos avançados, além de mudanças no estilo de vida, como dieta saudável, exercícios físicos e controle do peso corporal. 

Espero que esse texto tenha te auxiliado a compreender melhor essa doença metabólica. Cuide-se para conseguir ter uma vida longeva e saudável!