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Entenda mais sobre o hipogonadismo masculino

Você já ouviu falar sobre hipogonadismo? É uma condição que afeta diretamente a saúde hormonal masculina, podendo impactar o funcionamento de diversos sistemas do corpo. 

Essa alteração está associada a problemas no desenvolvimento sexual, redução da fertilidade, perda de força muscular e alterações metabólicas. 

A prevalência tende a aumentar com o envelhecimento e em indivíduos com condições como obesidade e múltiplas comorbidades, tornando-se um importante tema de saúde a ser compreendido e tratado.

O que é o Hipogonadismo Masculino?

O hipogonadismo masculino é uma síndrome clínica caracterizada pela deficiência de androgênios, especialmente a testosterona, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na manutenção das funções reprodutivas e sexuais masculinas. 

Essa condição pode impactar negativamente múltiplos órgãos e a qualidade de vida, sendo associada a alterações como redução da fertilidade, disfunção sexual, perda de massa muscular, diminuição da densidade óssea, disfunções metabólicas e cognitivas.

Com o envelhecimento, os níveis de testosterona apresentam um declínio gradual, variando entre 0,4% e 2% ao ano, o que pode levar ao surgimento de sinais e sintomas que, embora comuns no processo de envelhecimento, também estão relacionados a condições patológicas. Além disso, essa deficiência hormonal é mais prevalente em homens idosos, obesos, com múltiplas comorbidades ou em estado de saúde precário.

O hipogonadismo masculino pode ser classificado em quatro formas principais, cada uma com causas e características específicas:

  • Primário: resulta de insuficiência testicular, na qual os testículos não conseguem produzir níveis adequados de testosterona.
  • Secundário: ocorre devido a disfunções no eixo hipotálamo-hipófise, afetando a regulação hormonal necessária para a produção de testosterona.
  • De início tardio: está relacionado ao envelhecimento, caracterizando-se pelo declínio progressivo da testosterona com o avançar da idade.
  • Por insensibilidade dos receptores androgênicos: ocorre quando há resistência dos receptores à ação dos androgênios, mesmo com níveis adequados de testosterona.

Principais etiologias de Hipogonadismo Masculino

Forma de HipogonadismoClassificaçãoPrincipais Causas
Formas PrimáriasCongênitasSíndrome de Klinefelter, Disgenesia testicular (criptorquidismo), Anorquia congênita
AdquiridasNeoplasia maligna testicular, Orquite, Medicações, Doenças sistêmicas, Anorquia adquirida
Formas SecundáriasCongênitasSíndrome de Kallmann, Hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático (IHH)
AdquiridasTumor hipofisário (Prolactinoma), Medicamentos, Doenças sistêmicas (falência renal, hemocromatose, hipotireoidismo, traumas, infecções), Abuso de esteroides anabolizantes, Obesidade mórbida, Radioterapia
Hipogonadismo de Início TardioCausas MistasSenilidade (combinação de insuficiência testicular e hipotalâmica-hipofisária), Obesidade, Doenças crônicas, Estado de saúde precário
Insensibilidade dos Receptores AndrogênicosCongênitas ou AdquiridasSíndrome da insensibilidade androgênica parcial (PAIS)

Sinais e sintomas do hipogonadismo masculino

sintomas do hipogonadismo masculino

Os sinais e sintomas do hipogonadismo masculino variam conforme a idade de início da deficiência de testosterona.

No hipogonadismo congênito, o início da deficiência no 1º trimestre resulta em uma diferença sexual inadequada, o que leva a genitais externos femininos de aparência normal, ou a genitália externa ambígua. Quando o início ocorre no 2º ou 3º trimestre, observa-se micropênis e testículos criptorquídicos.

Quando a deficiência de testosterona se inicia na infância, geralmente só é notada quando a puberdade é atrasada. O hipogonadismo não tratado impede o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Os afetados apresentam voz aguda, escroto pequeno, ausência de pelos corporais, e poucos pelos púbicos e axilares. Além disso, podem desenvolver ginecomastia e proporções corporais eunucoides, com envergadura do braço maior que a altura e distâncias aumentadas entre o púbis e o chão.

No início na vida adulta, os sinais incluem diminuição da libido e disfunção erétil. Também são comuns alterações cognitivas, como dificuldades na interpretação visual-espacial, distúrbios do sono, instabilidade vasomotora (em casos graves) e mudanças de humor, como depressão e irritabilidade. Além disso, pode ocorrer perda de massa muscular, aumento da gordura visceral, atrofia testicular, osteopenia e ginecomastia. Com o tempo, o risco de doenças coronarianas e câncer de próstata também pode aumentar.

Diagnóstico de Hipogonadismo Masculino

O hipogonadismo masculino é diagnosticado por sintomas clínicos e baixos níveis de testosterona, medidos em duas ocasiões pela manhã. A testosterona total é o principal exame, com valores normais entre 300 e 800 ng/dL. Fatores como idade e obesidade podem alterar os resultados. Caso a testosterona esteja baixa, deve-se repetir o exame.


A medição de LH e FSH ajuda a diferenciar hipogonadismo primário de secundário. Se necessário, a análise do sêmen pode identificar alterações na produção espermática.

Tratamento do Hipogonadismo Masculino

A terapia de reposição de testosterona (TRT) é usada para tratar o hipogonadismo, uma condição em que o corpo não produz testosterona suficiente. Para os homens com hipogonadismo secundário, quando a fertilidade não é uma preocupação, a TRT pode ser eficaz. 

Ela pode ser administrada de várias formas, como injeções, géis, adesivos ou até implantes subcutâneos. A TRT melhora sintomas como perda de massa muscular, baixa libido e cansaço. 

No entanto, é importante monitorar possíveis efeitos colaterais, como aumento da pressão arterial, acne, e mudanças na próstata. Além disso, há uma preocupação com o aumento do risco cardiovascular, embora os especialistas ainda discutam esse ponto.

Quando o objetivo é restaurar a fertilidade em homens com hipogonadismo secundário, o tratamento é diferente. Neste caso, a reposição hormonal com gonadotropinas, como o hCG e o FSH, pode ser indicada. O hCG ajuda a estimular a produção de espermatozoides, e o FSH é usado para melhorar ainda mais a fertilidade. 

Este tratamento pode ser combinado com o uso de hormônios específicos para estimular o sistema reprodutor. Em alguns casos, a terapia pulsátil com GnRH, que é um tratamento mais avançado, pode ser necessária. A maioria dos homens responde bem a esse tratamento e consegue recuperar a fertilidade.

Esses tratamentos têm como objetivo melhorar a qualidade de vida dos homens com hipogonadismo e, no caso de quem busca ter filhos, restaurar a capacidade reprodutiva. No entanto, é fundamental que todo o tratamento seja supervisionado por médicos especializados para garantir a eficácia e minimizar os riscos.