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Conheça um pouco mais sobre o Câncer de Próstata

O câncer de próstata é uma das doenças mais relevantes para a saúde masculina, sendo o tipo de tumor mais frequente entre homens com mais de 50 anos. No Brasil, ocupa o segundo lugar como causa de mortes por câncer entre homens, atrás apenas do câncer de pulmão. 

Dados indicam que cerca de um em cada oito homens desenvolverá a doença ao longo da vida, mas a maioria dos casos apresenta bom prognóstico quando diagnosticada precocemente. 

Apesar disso, muitos ainda enfrentam barreiras como o preconceito e a falta de informação, o que pode atrasar o início do tratamento. 

O que é a próstata?

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, com cerca de 20 gramas em condições normais, localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Sua principal função é produzir parte do líquido seminal, uma substância rica em nutrientes que compõe o esperma e é essencial para a mobilidade e proteção dos espermatozoides. 

Além disso, a próstata desempenha um papel importante no controle da micção, uma vez que a uretra, o canal responsável por conduzir a urina da bexiga ao exterior, passa por seu interior.

Com o passar dos anos, é comum que a próstata sofra alterações em tamanho e estrutura. Uma das condições mais frequentes é a hiperplasia prostática benigna (HPB), caracterizada pelo aumento não cancerígeno da glândula, que pode comprimir a uretra e dificultar a micção. 

Isso explica por que muitos homens acima dos 50 anos relatam sintomas como jato urinário fraco, aumento da frequência urinária e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Apesar de causar desconforto, a HPB não está associada ao câncer de próstata, mas ambas as condições podem coexistir, demandando acompanhamento médico regular.

Fatores de risco do Câncer de Próstata

O câncer de próstata está associado a diversos fatores de risco, que podem ser relacionados a características individuais, histórico familiar e hábitos de vida. A seguir, destacam-se os principais:

  • Idade: O risco de desenvolver câncer de próstata aumenta significativamente com o envelhecimento. No Brasil, cerca de 90% dos casos são diagnosticados em homens com mais de 55 anos, tornando a idade um dos fatores mais relevantes para a doença.
  • Histórico familiar: Homens com parentes de primeiro grau, como pai ou irmão, diagnosticados com câncer de próstata antes dos 60 anos possuem um risco maior de desenvolver a doença. Esse fator aponta para uma possível predisposição genética.
  • Sobrepeso e obesidade: Estudos recentes indicam que homens com peso corporal elevado têm maior probabilidade de desenvolver câncer de próstata. A obesidade também pode estar associada a formas mais agressivas da doença.
  • Dieta: O consumo excessivo de carne vermelha e laticínios ricos em gordura tem sido apontado como um fator de risco. Esse padrão alimentar pode contribuir para o aumento de inflamações e alterações hormonais que favorecem o surgimento do tumor.
  • Exposição a produtos químicos: Certas substâncias químicas, como aminas aromáticas, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) e arsênio, frequentemente presentes em indústrias químicas, mecânicas e de transformação de alumínio, estão relacionadas a um risco elevado de câncer de próstata.
  • Tabagismo: O uso do tabaco é um fator de risco comprovado para diversas neoplasias, incluindo o câncer de próstata. O hábito de fumar está associado a formas mais agressivas e maior mortalidade pela doença.

Sinais e sintomas do Câncer de Próstata

 Câncer de Próstata

O câncer de próstata, em sua fase inicial, geralmente não apresenta sintomas, o que reforça a importância de exames preventivos regulares. Quando presentes, os sinais e sintomas iniciais podem incluir: dificuldade para urinar, demora para iniciar ou terminar a micção, sangue na urina, diminuição do jato urinário e aumento da frequência urinária, principalmente à noite

É importante ressaltar que esses sintomas também podem estar relacionados a condições benignas da próstata, como a hiperplasia prostática benigna (crescimento natural da próstata com a idade) e a prostatite (inflamação geralmente causada por bactérias).

Nos casos mais avançados de câncer de próstata, os sinais e sintomas podem se tornar mais evidentes. Esses incluem vontade frequente de urinar, sangue na urina ou no sêmen, dor ao urinar, fluxo urinário interrompido e sensação de bexiga cheia mesmo após a micção. 

Além disso, podem surgir sintomas sistêmicos, como dor nos ossos, especialmente no quadril, costas e coxas, que indicam uma possível disseminação do tumor para outras partes do corpo. Em algumas situações, a doença pode causar disfunção erétil, dependendo do estágio ou das estruturas afetadas.

O desenvolvimento do câncer de próstata é lento, com casos levando anos para atingir um tamanho significativo. Por isso, mesmo na ausência de sintomas, é essencial realizar acompanhamento médico regular, especialmente para homens com fatores de risco, garantindo a detecção precoce e o tratamento eficaz.

Principais tipos de Câncer de Próstata

O câncer de próstata apresenta diferentes tipos, que variam em frequência, características e comportamento clínico. 

Adenocarcinoma de próstata

Este é o tipo mais comum de câncer de próstata, responsável por cerca de 95% dos casos. Ele se origina nas células glandulares, responsáveis pela produção do líquido seminal. Há dois subtipos principais:

  • Adenocarcinoma acinar: Representa a grande maioria dos adenocarcinomas de próstata. Geralmente, é diagnosticado em exames de rotina e tem evolução mais lenta.
  • Adenocarcinoma ductal: Subtipo menos frequente, muitas vezes associado ao adenocarcinoma acinar. Possui características mais agressivas e pode apresentar sintomas em estágios mais precoces.

Carcinoma de células transicionais

Também conhecido como câncer urotelial, esse tipo raro de câncer de próstata começa nas células da uretra e pode se espalhar para a próstata. É menos comum e frequentemente está associado ao trato urinário.

Câncer de próstata neuroendócrino

Este é um tipo muito raro de câncer, caracterizado por não produzir o antígeno prostático específico (PSA), o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Geralmente, tem um comportamento mais agressivo e exige abordagens terapêuticas diferenciadas.

Sarcoma de próstata

Esse tipo raro de câncer se origina no músculo liso da próstata, ao contrário dos adenocarcinomas, que surgem nas células glandulares. Costuma ser mais agressivo e ocorre com maior frequência em homens mais jovens.

Cada tipo de câncer de próstata apresenta particularidades que influenciam o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento. Por isso, a diferenciação entre eles é fundamental para a escolha da melhor abordagem terapêutica.

Diagnóstico de Câncer de Próstata

O diagnóstico do câncer de próstata exige confirmação histológica por meio de biópsia, sendo o único método definitivo. Exames como PSA, exames físicos, imagens ou sintomas ajudam a identificar suspeitas, mas não confirmam a doença.

A biópsia pode revelar câncer, achados pré-cancerígenos ou benignos. Nos casos de câncer, a pontuação de Gleason é usada para determinar a gravidade e orientar o tratamento. Achados benignos não excluem totalmente o câncer, devido a possíveis erros de amostragem, podendo ser necessária uma nova biópsia em casos de PSA elevado ou alterações em exames.

Em doença metastática, o diagnóstico pode ser feito com biópsia de uma lesão metastática, evitando procedimentos mais invasivos na próstata.

Tratamento do Câncer de Próstata

O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença, da idade e da saúde do paciente. Entre as opções estão a observação vigilante, recomendada para tumores de baixo risco e crescimento lento. 

A cirurgia é indicada para remover tumores localizados na próstata e pode ser realizada com técnicas minimamente invasivas. A radioterapia utiliza radiação para destruir as células cancerígenas e é eficaz tanto para casos localizados quanto avançados. 

A terapia hormonal controla os níveis de testosterona e é indicada para estágios mais avançados ou em combinação com outros tratamentos. A quimioterapia é aplicada em casos metastáticos e resistentes a outras abordagens. A escolha do tratamento é personalizada conforme o quadro clínico.

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